Entries from June 2020 ↓

Eduardo Leite e a farsa do distanciamento controlado

Por Sandro Ari Andrade de Miranda*

O sistema de bandeiras é um convite para este tipo de sensação, a de que tudo está normal, quando na verdade não está

Quando o Governo minimiza os riscos de um problema grave e joga para a população responsabilidades que são suas, está desenhando um desastre – Luiza Castro/Sul21

As estratégias com melhores resultados no combate à pandemia utilizadas até agora combinaram o lockdown com testes em massa. O Rio Grande do Sul não faz nem uma coisa nem outra. Na prática o governador, por vaidade ou por necessidade, resolveu criar um sistema mágico que isola o Estado do resto do mundo. Enquanto o confinamento da Argentina e no Uruguai prevaleceu, sem a pressão vinda dos Estados mais ao norte, o Rio Grande do Sul manteve um resultado relativamente tranquilo, chegou até a esboçar sinais de estabilidade. No entanto, o mundo real cobrou o preço e como num tsunami, a calmaria antecipou o desastre, como se observa nos hospitais de Porto Alegre, da Região Metropolitana e do Interior.

A metáfora mais utilizada em todos os países para enfrentar a pandemia tem sido a bélica. De uma guerra contra um inimigo invisível. Sabemos que ele não é tão invisível, mas o resultado de um modelo produtivo que destrói o meio ambiente e que coloniza espécies. Dentro de uma guerra, a melhor estratégia é quebrar as linhas de alimentação do inimigo, foi o que fez a Nova Zelândia, por exemplo, ou a Alemanha que caminha num respiro de normalidade. Aqui no Rio Grande do sul houve uma inovação, na qual o inimigo foi sendo alimentado aos poucos. Parodiando Gramsci, não é uma guerra de posição, na qual as trincheiras vão sendo tomadas, mas o contrário disto, o estado foi pavimentando o caminho do inimigo…

É evidente que a estratégia de Leite (PSDB) difere da de Bolsonaro. O último optou por manter a população civil andando na rua no meio do bombardeio, num processo de matança indiscriminada. Os dois erraram, conduzindo a população para o caminho da morte.

Sun-tzu e Maquiavel, dois especialistas na Arte da Guerra, recomendam que o bom general deve conhecer o inimigo e o campo de batalha (neste caso o país e o estado). Quando o adversário é desconhecido e tens forças poderosas já comprovada diante de adversários ainda mais fortes, o ideal é evitar o confronto direto. Isto resulta em menores perdas e permite ganhar tempo para obter uma vitória no momento certo. O distanciamento social e o princípio da precaução são este mecanismo de defesa. O refúgio doméstico, quando possível, funciona como trincheira real. Estas lições não foram observadas no país e no estado.

A linguagem adotada por governantes tem efeito simbólico, pode ajudar o não a enfrentar um crise. Não sou defensor da pedagogia do medo, acredito que informação consistente tem um resultado mais efetivo. As pessoas precisam saber o que estão enfrentando e cabe aos governantes proteger o seu povo. Bolsonaro é um acéfalo fascista, jamais poderia comandar uma trincheira, quanto mais um país. Já Eduardo Leite, confunde a administração com a empresarial, foca apenas na gestão financeira eficiente. Mesmo que o último fale em preservação de vidas, ambos priorizaram o interesse de grupos empresariais e colocaram o dinheiro em primeiro lugar. O resultado está aí.

Quando o Governo minimiza os riscos de um problema grave e joga para a população responsabilidades que são suas, está desenhando um desastre. Não adianta falar em distanciamento social de forma genérica e agir para a retomada das atividades normais ou, ainda, criar uma falsa sensação de segurança. O sistema de bandeiras é isto, um convite para este tipo de sensação, a de que tudo está normal, quando na verdade não está.

Para achatar a curva é necessário observar os exemplos que deram certo. Nunca significou perpetuar o caos e é isto que se obtém com essa movimentação insensata de tapar e esconder a realidade da pandemia. As pessoas saem à rua sem medidas de controle porque a linguagem simbólica, reforçada pela irresponsabilidade e omissão dos governos locais é mais forte do que o discurso forjado no mercado adotado pelo Governador gaúcho. No fundo, o pseudo-distanciamento controlado é apenas isto, uma forma de travestir o descaso por meio de um discurso de eficiência e democracia. As mudanças de bandeiras mediante pressão política e econômica, além do nos atrasos no lançamento de dados no sistema da Secretaria Estadual de Saúde por parte das Prefeituras sem nenhuma cobrança concreta por parte da gestão estadual são apenas a prova mais evidente da caminhada “formalizada” para o caos.

(*) Advogado, mestre em Ciências Sociais.

Via Brasil de Fato

Bolsonaro ajuda Weintraub a fugir e prova usar governo para proteger amigos

Por Leonardo Sakamoto

O Ministério da Educação confirmou ao UOL que ele chegou, neste sábado (20), a Miami em um voo comercial. E o seu irmão, Arthur, informou que Weintraub já está nos Estados Unidos, onde deve assumir um cargo no Banco Mundial. Apenas depois disso é que foi formalmente exonerado do MEC por Bolsonaro através de uma edição extra do Diário Oficial da União.

O presidente Jair Bolsonaro ajudou Abraham Weintraub a fugir do país. Não há outra forma para explicar o que aconteceu.

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Caso Queiroz: Flávio Bolsonaro é destruído pela Globo no Jornal Nacional

Telejornal da Globo dedicou mais de 35 minutos para cobertura que detalhou o esquema de corrupção e ligações do caso com o presidente Jair Bolsonaro

O Jornal Nacional destacou a prisão dede Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na edição desta quinta-feira (18). O telejornal da Globo detalhou a operação da polícia e a investigação sobre o esquema de corrupção envolvendo o filho do presidente Jair Bolsonaro com quatro reportagens em bloco que durou mais de 35 minutos.

“Chega ao fim o sumiço de Fabrício Queiroz”, disse William Bonner, já no início da transmissão. As reportagens mostraram em detalhes a operação para prender Queiroz, que estava na casa do advogado Frederick Wasser. O JN ressaltou que Wasser negava conhecer o paradeiro de Queiroz, e que ele era advogado de Flávio e “muito próximo da família Bolsonaro”.

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Seria o Brasil um poço sem fundo?

Por Mateus Lazzaretti (*)

O Brasil vive hoje um dos mais dramáticos momentos de sua história. Em meio a uma das maiores pandemias dos últimos cem anos, o país tem registrado mais de mil mortes diárias causadas pelo novo coronavírus (COVID-19), somando, no presente dia, mais de 43 mil óbitos, e já quase 900 mil pessoas contaminadas, podendo ser um número ainda superior devido à subnotificação e a incerteza que paira sobre a atuação do ministério da saúde no trato com os dados e as recentes mudanças na forma de divulgação. Já assumimos o segundo lugar mundial no número de casos, e já somos o epicentro da doença.

Enquanto países que foram duramente castigados pelo COVID já começam a retomar atividades depois de conseguirem controlar a doença, no Brasil os números crescem a níveis absurdos, e ainda assim não atingimos o pico da doença no Brasil. Nem sequer sabemos quando chegaremos a ele. A soma de uma doença nova, altamente contagiosa e letal, com um governo neoliberal, negacionista e que “flerta” (pra dizer o mínimo) com o fascismo, produz uma das piores tragédias já ocorridas no nosso país. Seria o Brasil um poço sem fundo?

Óbvio que enquanto falamos disso, o restante dos problemas do país não desapareceram. Em alguns casos, inclusive, se intensificaram: a polícia segue assassinando e torturando pessoas negras nas periferias; os setores mais pobres do povo seguem sendo negligenciados e abandonados à própria sorte pelo Estado, sem ter condições de praticar o isolamento social; a saúde pública agoniza sob os tentáculos da PEC da Morte; as redes criminosas de desinformação seguem operando a todo vapor, confundindo a população sobre os cuidados com o vírus; organizações criminosas aproveitam o momento para aplicar golpes, desviar recursos da saúde, vender respiradores falsos, enfim, uma série de tragédias e crimes combinados. O povo brasileiro segue pisoteado e humilhado por aqueles que querem que a “economia não pare”, mantendo a girar o moedor de carne humana que os enriquece.

Enquanto todo esse pandemônio está a solta, o governo Bolsonaro compete com o COVID para mostrar quem é pior para o Brasil. Na figura do presidente, incentiva o desrespeito às regras de isolamento, incentiva invasões a hospitais, faz ameaças diretas e indiretas de fechamento do regime, amparado por seus generais na retaguarda, ele e seus ministros apoiam e incentivam manifestações fascistas e abertamente antidemocráticas, enquanto revelam que vão “aproveitar o foco no coronavírus pra passar a boiada toda”. É cada vez maior, diante disso, o número de pessoas que acha que Bolsonaro não pode mais ser presidente.

Alguns argumentam que ele é “incapaz”, um “louco”. Mas, como disse Breno Altman outrora, “há cálculo nessa loucura”. E fica cada vez mais nítido que a pandemia entra nesse cálculo, e que a aparente “incapacidade” do governo em lidar com ela é, na verdade, uma opção política. Manter a crise constante para resolver os desentendimentos entre a direita, manter todo mundo sob a política do medo, enquanto se reorganizam e afinam os detalhes para implementar toda a política econômica pretendida. Nos últimos dias, inclusive, novas movimentações do “centrão” demonstram isso: o PSD ganhando ministérios, o PSDB, protagonista do Golpe em 2016 afirmando que não deve haver impeachment porque seria “prejudicial à democracia” e fechando com a base do governo.

Enquanto isso, existem ainda setores da esquerda que, em meio a um verdadeiro genocídio do povo brasileiro, sobretudo dos pretos e pobres, acaham possível construir uma frente ampla com os grupos golpistas em torno de pautas vagas, mesmo que sejam também responsáveis por Bolsonaro e pelo que tem ocorrido desde 2016. Alguns dizem até que não é momento de ir pra rua, sob pena de “empurrar” Bolsonaro ao autoritarismo.

A realidade brasileira mostra, no entanto, que o que tem conduzido o governo Bolsonaro a uma escalada autoritária é o próprio governo, a coalizão de interesses que o elegeu e a política externa subordinada. Muitas das pessoas que tem saído às ruas para combater o fascismo, pedir democracia e a saída desse governo ilegítimo, não estão propriamente “quebrando o isolamento” para protestar. São trabalhadores e trabalhadoras que precisam pegar diariamente transporte público lotado, que seguiram tendo que trabalhar durante a quarentena, sofrendo as opções feitas pelo governo.

Portanto, é imprescindível que a esquerda, e sobretudo o PT, se movimente para além da institucionalidade, sem necessariamente abandonar esta frente que também é importante. Devem impulsionar, junto aos movimentos populares, ações de solidariedade, organização e formação, aglutinando as forças de esquerda e populares, organizando o crescente descontentamento dos “70%”, construindo um projeto de superação da crise, e que passa inevitavelmente pelo fim desse governo genocida.

Não há problema de se criarem frentes amplas circunstanciais, afinal, se estes outros setores estão de fato preocupados com a democracia, não terão problema nisso, não é? Não podemos é ficar reféns e novamente amarrados aos que golpearam a democracia em 2016, que retiram direitos dos trabalhadores e que querem Paulo Guedes sem Bolsonaro. Ou construímos uma saída democrática e popular, apresentando uma alternativa sistêmica a uma crise sistêmica, ou veremos a classe trabalhadora e suas organizações serem esmagadas.

Ou seja, o Brasil não é – embora às vezes pareça – um poço sem fundo, mas impõe desafios que estão à altura de sua grandeza e importância. E para o povo superar estes desafios, é necessária muita organização, especialmente do Partido dos Trabalhadores e dos movimentos populares, sem ilusões, sem acomodação à ordem. Precisamos internalizar, compreender e demonstrar que só a luta impede a catástrofe. É socialismo ou barbárie!

(*) Mateus Lazzaretti é militante da Juventude do PT e da AE em Santa Maria/RS

Este 2020 pode ser considerado o ano em que o Brasil se transformou em pária internacional.

 

O bem-sucedido projeto de destruição da democracia do governo Bolsonaro está promovendo uma lenta e dolorosa morte da reputação do país. Com a chegada da pandemia, ficou claro para o mundo que o Brasil está nas mãos de conservadores xucros, fundamentalistas religiosos e psicopatas dispostos a empurrar compatriotas para o cemitério em nome da salvação da economia. Se antes já havia motivos de sobra para a desconfiança internacional, agora a coisa ficou escancarada.

Se antes o Brasil era uma referência em diplomacia internacional e almejava ser protagonista nas relações com o mundo, hoje o país é rejeitado até mesmo pelos seus vizinhos.

Mais no site do The Intercept Brasil

O que você faria se tivesse apenas R$187 para passar o mês todo?

O documentário “Um Oito Sete” trata sobre as percepções sociais acerca do Programa Bolsa Família. Quinze pessoas que não recebem o benefício respondem à pergunta: “O que você faria com 187 reais?”. Em contraponto, três famílias beneficiárias falam sobre suas relações com o programa social. Sinopse: O que você faria com R$ 187,00? Partindo deste questionamento, o documentário trata das representações sociais sobre a pobreza e sobre as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família. Gravações realizadas na cidade de Santa Maria/RS, em setembro de 2019.

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Para Tarso, pacto permitiu um psicopata na Presidência em troca de reforma

O ministro da Justiça e da Educação Tarso Genro (PT) qualificou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como um “psicopata”. Para ele, a chegada de Bolsonaro ao Planalto foi possível por causa de um pacto entre a oligarquia e imprensa. Hoje, eles “tolerariam” Bolsonaro no poder em troca de “reformas”.

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Vidas Negras Importam

Manifestação do Léo Clube de Constantina em sintonia com os protestos que estão ocorrendo Brasil a fora em relação ao racismo

Lendo o Capital na Quarentena!

Está rolando um curso muito importante!

“Lendo o Capital na Quarentena!”, é um curso que a professora da UFRJ, Marina Machado Gouvêa está ministrando maravilhosamente. Isso serve pra você que tentou ler a obra de Karl Marx mas achou difícil entender ou pra quem já leu e quer dar uma revisada. Vai ar nas quintas e sábados às 18h.

Não perca!

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Live do Instituto Consciência Planetária (ICP)

>>MARQUE NA SUA AGENDA<<

Ocorre nesta quarta-feira (10) de Junho às 20h20 a live do Instituto Consciência Planetária com o tema “O mundo pós-pandemia, desafios, lições e superação” com a doutora em Educação nas Ciências, Rosi Maria Prestes.

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